19 de setembro de 2013

Actuação do Coro da SMO no 20º Aniversário da Associação Artesãos Dom Dinis



A SMO, como presente, ofertou-nos as belíssimas vozes do Coro.

Uma noite que não passou indiferente aos que estavam presentes!

Muito gratos a todos vós!
A Direção

13 de setembro de 2013

Prémio para o Bordado das Caldas - Valtopina - Italia

Com a divulgação feita pela Associação de Artesãos D. Dinis, através da Internet, chegou ao conhecimento de uma historiadora italiana, diretora da “Revista Cora”,  Dra. Genoveffa Michela Porpora.



Os bordados de Maria Adelaide Lacerda estiveram representados no "XV Del Recamo del Tessuto", em Valtopina (província de Perugia) com muito sucesso. Muitas senhoras pararam para admirar os Bordados Portugueses que se encontravam expostos no stand, nos dias 6, 7 e 8 de Setembro 2013.







 Ao ver os bordados, entre vários, identificou um como sendo o Ponto Umbro (bordados especifico da Região de Perugia) e comparando os bordados viu, com curiosidade, muitas semelhanças entre o Bordado das Caldas da Rainha, e também com o Sorbello (Espanhol) ou Português.

A questão que se lhe levantou dúvidas, se este referido ponto seria de origem italiana, espanhola ou portuguesa.
Pelo que Dra. Geneveffa Porpora conhecia do bordado italiano revelou-nos o seguinte:
"Baseado em pesquisas históricas e documentos que eu fiz até o momento, no ponto Umbro revive um ponto antigo e esquecido no bordado árabe usado Italiano, Espanhol e Português. Ele foi encontrado nas coleções finas de rendas e bordados raros da Edith Condessa Ruccellai. O ponto foi estudado, copiado e, em seguida, aplicado nos desenhos renascentistas italianos da muito inteligente senhorita Carolina Amari de Florença, e agora se tornou uma especialidade da escola bordado fundou e dirigiu a marquesa de Villa Ranieri di Sorbello em Pischiello para beneficiar as mulheres de sua selo e as dos países vizinhos situados ao longo do lago Trasimeno histórico na Umbria. O ponto Umbro vem trabalhando com um fio grosso sobre uma lona ou pano de linho tecido mão chamado Umbra e se preparando em Città di Castello, sob a direção de Alice Baronesa Franchetti. O trabalho tem um caráter todo próprio e que só é encontrado em muitos dos bordados antigos. Quando o fio eo fio que não é bordado são coloridos bruto, o efeito do trabalho é tal que aparece em relevo.
Então, quando o bordado é feito com arame cor de ferrugem antique verde, azul claro também velho, você terá um monte de efeitos artísticos e incomuns. Muitos dos projetos foram retirados das obras-primas da pintura italiana. Os botões, mapas, contas que agregam tanto para o caráter especial do trabalho são reproduzidas a partir de antigos modelos encontrados neste trabalho e aplicados habilmente por Miss Amari. Estes bordados são feitos de muitos objetos que são usados para decorar as casas dos nossos bairros. Para uso pessoal, então você vai bordar o casaco para automóveis, blusas, saias dos sacos pequenos e grandes, etc."
 



Quanto ao bordado português…
 convite de Genoveffa Michela Porpora, especialista italiana em artes decorativas e diretora da Revista Cora, que veio em Junho passado para investigar as semelhanças entre os bordados locais e o Punto Umbro, Sorbello, Portoguese, assim chamados em Itália.

Estabeleceu-se uma "aula entre Mestras" - de “professora para professora” (entre Genoveveffa Porpora e Maria Adelaide, em que ambas vinham munidas de livros, revistas, fotografias antigas e outras mais recentes e bordados antigos e os atuais.
A sala da Associação estava repleta de bordados Tradicionais Portugueses, feitos por alunas de Maria Adelaide, numa Exposição intitulada “Filigrana tecida por mãos ágeis .
Executaram várias pontos e entre agulhas, linhas e tecido praticaram o mesmo desenho como tal como o conheciam e o resultado foi; chegarem à conclusão que as semelhanças são muitas.


Este bordado (Umbro, em Itália - ) conhecido como Espanhol e Português pensa-se que é de origem árabe.
Nele há motivos simétricos e geométricos de flores e folhas, folhas, cestos, ânforas, coroas e pássaros, para além de uma enorme abundância de arabescos que são comuns nestes dois bordados. Maria Adelaide ficou admirada com tanta semelhança entre estes dois três bordados e - por conhecimento de "Revista Artes e Ideias" já publicadas a alguns anos, bem como em outros livros - o Punto Umbro, Sorbello, Portoguese, afinal eram os mesmos.
Na troca de diálogos, ambas aperceberam-se que o Bordado das Caldas da Rainha era o mais antigo.
 “Mas se foram os Bordados das Caldas a influenciar aquele estilo italiano, como se deu esta transmissão cultural?

 Genoveffa Porpora, também ela executante deste bordado referiu: “podem ter surgido da vinda de uma marquesa italiana às termas das Caldas da Rainha, ou então, de uma professora [daquela marquesa] de artes decorativas. Esta é uma das hipóteses.”

A especialista vive e trabalha em Perugia, na região de Umbria, e já escreveu vários livros sobre a história e a técnica de execução de diversos bordados italianos, contribuindo para a divulgação e preservação daquele património histórico, artístico e cultural. Esta autora também organiza conferências e cursos de formação profissional nestas áreas e defende que as artes artesanais podem constituir um interessante nicho de mercado e criação de emprego. Na calha está um livro dedicado apenas ao Punto Umbro, Sorbello, Portoguese, onde se explica de que forma este bordado se cruza com o Bordado das Caldas e com a própria história das Caldas da Rainha. N.N."http://genevieveporpora.it/
 

E fazendo cruzamento de conhecimento de historiadora que é acrescentou:


“Os portais das mais belas igrejas de Umbria, situado na pedra, há elementos decorativos
 são de origem românica e gótica, que se prestam a ser interpretada como inspirações para bordados e rendas. Flores e frutos, cipós, arabescos, volutas de plantas, mas também elementos astrais, zoomórficas e fantástico, esculpida ao longo umbrais e vergas, pilares, colunas e arcos das fachadas de igrejas, catedrais, mosteiros e igrejas colegiadas, testemunhar ao longo dos séculos uma carga de imagens valores simbólicos. As formas de assumir um significado que vai além do meramente decorativo, onde você pode encontrar as características fundamentais da nossa cultura e da nossa história. O fio, interpretando elementos simbólicos e estilísticos presentes no portal, vai prestar homenagem a Umbria”.

Maria Adelaide fez a sua abordagem dizendo o que sabia do "BORDADO DAS CALDAS DA RAINHA:

"O bordado das Caldas da Rainha é típico da região Oeste de Portugal, da zona das Caldas da Rainha.Este bordado teve origem no tempo da monarquia, tendo sido criado pela Rainha D. Leonor (1458-1525) e pelas suas aias nas temporadas, que passavam nesta terra. As senhoras inspiravam-se nos bordados vindos da Índia e ocupavam muito do seu tempo criando e ensinando este lavor. Os primeiros bordados eram executados com fios de linho tingidos em tons de castanho dourado ou em tons de mel através das cozeduras de chás de casca de árvores e flor de carqueja. O bordado era feito sobre o linho grosso e ligeiramente cru ou sobre linho castanho dourado e bordado com branco. Antigamente o bordado era feito numa só cor e os pontos mais utilizados eram os pontos de coroa, ponto grilhão, o pé de flor e o de cadeia.^Nos dias de hoje já se utilizam mais pontos, como o de formiga, o ponto ilhós e o ponto de recorte. As diferenças existentes entre o bordado antigo e o mais moderno estão principalmente relacionados com os termos de composição, no antigo é mais floral, ao passo que no mais moderno predominam as volutas, as carinhas e os passarinhos."
 Em Portugal (texto retirado de fonte informativa)
"A sua denominação, das Caldas ou da Rainha D. Leonor, segundo a tradição, prende-se ao facto da esposa de D. João II e das suas aias, nos tempos de permanência nesta localidade, quando a Rainha administrativa pessoalmente o seu Hospital, gastarem os seus ócios a debuxar e a entretecer bordados, ao gosto dos que chegavam à Índia.
Diz-se mesmo que «esses bordados tiveram sempre cultores na terra da Rainha D. Leonor e onde a Rainha pessoalmente dirigia serões de agulha a que acorriam as senhoras todas da sua vila que principiava».

Estes bordados deviam vender-se nas arcadas do Hospital Real, em dias festivos e de feira.

«D’um sabor leve e agradável as toalhas bordadas com linha das Caldas que parecem pratos de arroz doce enfeitados a canela, essa linha das Caldas, que há trinta anos ainda se vendia às meadas à entrada do Hospital, e que todas as donas de casa da colónia balnear levavam para suas terras, porque nenhuma resistia na cor, como aquela, às lavagens e barrelas».

Embora não se conheçam, como se disse, exemplares fora da região caldense, os motivos mais usuais, «aranhiços» e espinhais, parecem ter, no entanto, certas analogias com alguns bordados considerados populares no sul da Espanha, mas com diferenças acentuadas quanto aos pontos e tons, que são azul e melado escuro.

Não será razoavelmente verosímil castelhana? Não residirá a originalidade do bordado caldense nos frequentes contactos com uma colónia de aquistas das zonas raianas da Extremadura espanhola e da Andaluzia, que desde longa data frequentava as termas locais?

Aproveitemos a oportunidade para referenciar a importância que poderá ter, para o estudo das raízes dos Bordados das Caldas, a pintura de Josefa d’Ayala, Sevilhana em Óbidos.
Seria por certo, bastante produtivo procurar na obra desta popular pintora seiscentista, nomeadamente nas composições das suas naturezas mortas, a revelação de muitos aspetos pouco conhecidos dos motivos decorativos regionais ao tempo.

Outra hipótese, porém, é-nos trazida por João Maia Pereira «Os bordados das Caldas da Rainha foram importados, de Veneza, no século XVII, para as igrejas da cidade». Viriam, então de Veneza, o entreposto mediterrâneo que, com Lisboa, recebia um manancial inesgotável de artefactos bordados, que as mulheres ocidentais se apressavam a copiar?

Fiquemos, então, com estas três hipóteses influenciais, indiana, espanhola ou veneziana, que fazem salientar, ainda mais, a importância das termas da rainha D. Leonor, como ponto de convergência de culturas, determinante no moldar do carácter hospitaleiro das gentes locais. 

O renascimento dos bordados das Caldas: 





Os Bordados das Caldas eram primitivamente executados com fio de linho, tinto num tom castanho dourado ou melado, sobre um tecido ralo branco, ou invés, de linha branca trabalhada em tecido acastanhado, com grande profusão de pontos. 

Trata-se de um bordado filigranado, sóbrio de colorido, e de fácil execução, sendo os materiais utilizados necessariamente modestos, porque modestas eram as vidas das suas executantes.


O renascimento do Bordado das Caldas da Rainha deve-se, muito principalmente, a D. Maria Margarida Franco dos Santos, que foi professora de lavores na Escola industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro, nas décadas de vinte a quarenta deste século, o que viria a motivar um grupo de senhoras, de que se destaca a Dra. Irene Truninger de Albuquerque, de origem Suíça, surpreendida nas Caldas da rainha pela Segunda Guerra Mundial e aqui casou, sendo depois professora na Faculdade de letras da Universidade de Letras de Lisboa."



... e a viagem até Perugia  começo a ser planeada. Maria Adelaide partiu dia 4 de Setembro levando como companhia uma amiga
Entre muitos bordados portugueses que Maria Adelaide levou na mala, a pedido da historiadora, o Bordado das Caldas foi a principal razão a que a levou, até lá, através do convite de Mme.Genoveffa Michela Porpora., aquando a sua visita às nossas instalações.
Enquanto isto, o stand da Associação de Artesãos D. Dinis foi visitado por muito publico, nomeadamente por altas individualidades estatais, onde não faltou a simpatia e passagem dos saberes da nossa artesã.





Da esquerda para a direita Conceição Arenga (uma amiga odivelense),
Presidente da Câmara de Spello, Maria Adelaide Lacerda
Presidente da Câmara de Valtopina,
Dr. Danilo Cosimetti
 
 
 
 
 

 



Maria Adelaide com o vice-presidente da província de Perugia Dr. Aviano Rossi

 

 

  
 


 

 

Maria Adelaide com o diretor do GAL (Grupo de Acção Local) Trasimeno Orvietano



 

 


 

E chegou o momento surpreendente. Maria Adelaide recebeu um prémio das mãos do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Valtopina e organizadores da exposição, como participante de uma Associação estrangeira/Portugal – Associação de Artesãos D. Dinis, sediada no Concelho de Odivelas.
 
  
 
 
 


Recebeu ainda, convites agendados para eventos como estes e com participantes internacionais para 2014, bem como a hospitalidade e carinho, que entretanto cimentaram uma boa amizade, de Dra. Genoveffa Michela Porpora.
Para nós, "chama-se" Genevieve - assim gosta que a tratem -  porque o carinho e votos de sucesso é reciproco.

Neste evento não faltou a belíssima organização e hospitalidade para todos os participantes, a quem damos os nossos Parabéns.
Bem-haja!  

 
Um pouco sobre Maria Adelaide Lacerda
Natural de Vale Flor, uma aldeia do distrito da Guarda, na região norte de Portugal.
Tem a instrução de ensino básico, e o Curso de Formação Pedagógica de Formadores (1998), para estar habilitada a ministrar formação na área dos Bordados.

O gosto pelos Bordados, o manusear dos linhos e a sua decoração, surgiu bem cedo, na aprendizagem em família pela transmissão das tradições que vinham das gerações anteriores.

Com o tempo tem vindo a investigar e experimentar os vários Pontos de Bordados e Tapeçaria caraterísticos das várias Regiões do país, como:
- Ajours
- Bainhas Abertas - Renda das Lérias 
- Renda de duas Agulhas e Renda de cinco Agulhas - Bordado de Viana - Bordado de Guimarães - Bordado de Tibaldinho - Bordado de Castelo Branco - Bordado de Óbidos - Bordado das Caldas da Rainha - Bordado de Nisa - Tapeçaria de Arraiolos - Bordado dos Açores e Bordado de Palha – Açores
 …
A sua atividade principal é Formadora de Bordados Tradicionais, em várias Associações e Centros de Cultura e Artesanato e no CEARTE. Também participa em Exposições e Eventos de Artesanato.
O seu objetivo ao ensinar e expor os seus trabalhos é a transmissão de conhecimentos, para que não se percam as tradições tão ricas e bonitas desta arte,  mas que haja um reavivar e inovar na aplicação das técnicas de bordar."
E porque a Simplicidade, para esta artesã, é lei, assim que acabou de receber o trofeu confessou-nos com voz trémula: - Hoje, sinto-me uma mulher realizada!
É tão simples saborearmos momentos felizes!...

Aproveitamos para agradecer a todos que apoiaram a nossa - a da artesã - a ida a Itália bem como momentos repletos de carinho que nos têm premiado.

Saudações Artesanais!

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